Com curadoria de Alejandra Muñoz, a iniciativa é fruto de uma parceria entre o MAM, o Goethe-Institut (ICBA) e a Escola de Belas Artes da UFBA e resultado do projeto multidisciplinar A Rapadura e o Fusca: Cana, Cultura, Sociedade, que vem acontecendo desde fevereiro de 2008 e segue até junho de 2009.
A exposição itinerante acontece em três espaços reconhecidos e simultaneamente, abordando linguagens derivadas do engenho na Bahia, o açúcar e seus derivados.
O desafio foi, essencialmente, estabelecer pontes ou "links" entre obras que, independentemente da data, permitem leituras ou discutem assuntos contemporâneos. Disso resultou um pequeno circuito com três núcleos diferentes:
1) Com abertura dia 15 de junho 2009, no MAM são apresentados trabalhos produzidos especificamente para a mostra, que dialogam com obras do acervo da Galeria Paulo Darzé e de arte moderna do próprio MAM;
2) na Galeria do ICBA, apresenta-se um recorte sobre as cachaças baianas dirigido ao aspectos do design dos rótulos e da produção da bebida no interior da Bahia, com fotografias de Flavio Soledade, que abrirá no dia 17 de junho 2009;
3) Seguindo a programação, no dia 18 de junho 2009, no Museu Carlos Costa Pinto, alguns dos legados do engenho, acrescentando ao acervo próprio do local peças do Museu Wanderley Pinho são focados.
No Museu de Arte Moderna em especial e com mote maior, o projeto Saccharum BA procura retratar o caráter global do açúcar, que desde sempre marcou tanto a imagem do Brasil, ao unir, em uma só mostra de arte contemporânea, nomes como Jonathan Meese, Simone Nieweg, Jürgen Stollhans e Janaína Tschäpe da Alemanha; José Rufino, Vauluizo Bezerra, Ieda Oliveira, Gaio Matos, Ayrson Heráclito, Maxim Malhado, Herbert Rolim, Márcio Fagundes, Caetano Dias e Baldomiro Costa do Brasil; Shelley Miller do Canadá, e Meschac Gaba do Benin, entre outros.
O papel da artista, Tanile Maria neste projeto dividiu-se em três vertentes:
-Pesquisa Bibliográfica e de Acervos
-Curadoria Saccharum Ba: legados do engenho (Museu Carlos Costa Pinto), juntamente com Josemar Antônio e Patrícia Rosa.
-Assistente de Montagem
Bio car, Meschac Gaba, 2009.
Em especial, Tanile Maria dedicou duas semanas integrais ao projeto, para atender o artista africano Meschac Gaba, internacionalmente reconhecido e de uma poética impressionante.
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"Trabalhar com o Meschac Gaba foi uma experiência ímpar, aliás, participar desse projeto num todo foi de um crescimento sem medida, para mim como artista. Gaba é de uma sensibilidade e simplicidade, que faz com que seus assistentes sintam prazer em ´colocar a mão na massa`, não pelo reconhecimento que ele tem, mas pela pessoa que é. Cada dia dedicado à obra Bio car, que eu, Leandro Ferreira, Luiz Augusto Gonçalves, Josemar Antonio, Alerci Cristina, Gei Correia, Hilda Bárbara Maia Cezario, Celso Almeida, Marília Palmeira de Souza, Andreia Figueiredo, Michele Pinheiro Pontes e Patrícia Cardoso de Almeida, participamos, foi de extrema importância para certificar nossa competência. O cheiro da resina utilizada no trabalho por duas semanas virou perfume e as dores provocadas pelo o esforço físico, eram cócegas (risos) diante da vontade e seriedade, com as quais dispomos. Acredito que o artista Meschac Gaba levará boas lembranças e a certeza de que construiu amigos aqui na Bahia."
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